O partido Povo Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) realizou, nesta quarta-feira (18), uma conferência de imprensa para esclarecer diversos aspectos do seu manifesto eleitoral. O Secretário-Geral do partido, Sebastião Mussanhane, dirigiu o evento, onde abordou as ideias e propostas que fundamentam a ideologia do partido e que servirão de base para o seu governo, caso vençam as eleições de 9 de Outubro.
O objectivo desta comunicação foi clarificar questões que, segundo Mussanhane, têm sido mal interpretadas e disseminadas de forma distorcida por indivíduos que não fazem parte do partido. Entre os tópicos abordados, estava a polémica em torno da inclusão da pena de morte no manifesto eleitoral, algo que o Secretário-Geral negou categoricamente.
“Entendemos que a proposta, independentemente de estar certa ou errada, não reunia consenso. E, porque esta falta de consenso poderia criar controvérsia no contexto eleitoral, decidimos retirar a proposta do manifesto, assim como outras que também não tinham apoio interno. Posteriormente, foi feita uma actualização gráfica do manifesto”, explicou Mussanhane.
O Secretário-Geral do PODEMOS também mencionou que houve má fé por parte de alguém que divulgou uma versão desactualizada do manifesto, que ainda incluía a proposta de pena de morte para crimes de corrupção comprovada. “Depois da actualização gráfica, alguém não autorizado partilhou o manifesto desactualizado, agindo com má fé e causando confusão desnecessária”, afirmou.
A ideia da pena de morte foi inicialmente proposta durante discussões internas, em resposta à corrupção endémica no País. No entanto, o PODEMOS decidiu removê-la, em conformidade com a Constituição da República, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos e a Carta Africana dos Direitos Humanos, todos assinados por Moçambique.
Outro assunto polémico abordado foi o papel da mulher no manifesto do PODEMOS. Um vídeo circulado nas redes sociais causou indignação, especialmente entre as mulheres, mas Mussanhane descreveu-o como um acto de “pura sabotagem” e “perseguição”. Ele ressaltou que o partido valoriza a mulher e que uma parte significativa dos seus candidatos e membros são do sexo feminino.
“O PODEMOS compromete-se a resgatar a posição e aceitação da mulher no País. A marginalização da mulher está ligada à pobreza, resultante da má governação. A nossa missão é reverter essa situação”, sublinhou o Secretário-Geral.
PODEMOS alega estar sob perseguição
Sebastião Mussanhane também denunciou que o partido tem sido alvo de ataques e perseguições de várias naturezas. Embora não tenha especificado o tipo de ataques, afirmou que muitas das informações que circulam nas redes sociais não são reconhecidas pelos membros do partido.
“Estamos num momento em que o PODEMOS está a ser alvo de muitos ataques. Não temos dúvidas de que este seja mais um esforço para atacar o nosso partido”, declarou.
Uma fonte próxima ao PODEMOS revelou que Albino Forquilha, presidente do partido, terá sido aliciado a destruir o PODEMOS e a desistir do processo eleitoral, o que foi prontamente recusado pelo líder do partido. Este assunto, segundo a mesma fonte, será aprofundado oportunamente.