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PRM confirma vandalização de dois postos em KaMubukwane

D&F – Dois postos da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram vandalizados na tarde de hoje, 9 de Dezembro, no Distrito Municipal KaMubukwane, por manifestantes que contestam os resultados das eleições gerais divulgados a 24 de outubro último pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Trata-se dos postos policiais de Benfica, localizado na zona vulgarmente chamada de Volante 6, e do bairro de Bagamoyo, ambos situados no distrito de KaMubukwane, na capital de Moçambique, Maputo.

O facto foi confirmado pelo porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Leonel Muchina, durante um breve contacto telefónico.

“Sim, confirmo [a vandalização]. Os alegados manifestantes invadiram o posto e queimaram-no”, disse Leonel Muchina.

O porta-voz avançou que os agentes da PRM foram instruídos a não responder com força aos actos perpetrados pelos manifestantes.

“Temos instruções para não repelir os manifestantes usando força letal. Se assim fosse, teríamos muitos estragos irreparáveis”, afirmou Muchina.

Contudo, uma fonte contactada pelo D&F afirmou ter visto um agente da PRM a agredir um cidadão que, supostamente, desobedeceu a ordens.

“Eu acho que tudo começou quando um polícia deu uma chapada ao jovem que era manifestante. Daí, ele foi chamar os amigos, que vieram, mais de 15, entraram no posto e queimaram-no. Os polícias fugiram do posto”, disse a fonte.

A mesma fonte relatou que os agentes do posto de Bagamoyo (Volante 6) tiveram de abandonar temporariamente o local devido ao intenso confronto com os manifestantes.

Entretanto, outra fonte confirmou ao D&F que, no posto da PRM de Volante 6, os manifestantes destruíram janelas, cadeiras e outros utensílios.

“Os polícias continuam aqui no posto, mas está tudo estragado. Eles [os manifestantes] partiram os vidros das janelas, empurraram as cadeiras e mesas e foram embora”, relatou a fonte, que estimou em cerca de dez os jovens envolvidos no acto.

A cidade de Maputo vive um clima de tensão pós-eleitoral, que tem escalado cada vez mais. O candidato presidencial Venâncio Mondlane, numa transmissão ao vivo na sua página de Facebook, no fim da tarde de domingo, afirmou ter escapado de um atentado, declaração que exacerbou os ânimos.

“Se eu morrer, continuem a manifestar ao mais alto nível. Podem entrar no nível Turbo V8. Agora estamos na quarta fase da quarta etapa. Este nível chamamos de 4×4, Four by Four”, disse Mondlane, que exige à CNE a verdade eleitoral, alegando ter vencido as eleições presidenciais e legislativas.

Os resultados anunciados pela CNE ainda não foram validados pelo Conselho Constitucional, estando actualmente em processo de validação os documentos referentes ao pleito, como editais e actas.

As manifestações, que começaram dias antes da divulgação dos resultados pela CNE, já causaram mais de 100 mortos e mais de 1.000 feridos, entre graves e ligeiros.

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