A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou hoje, 04 de Fevereiro, na Beira, a recaptura de 12 dos 220 reclusos que fugiram da cadeia distrital de Gorongosa, na província de Sofala, na sequência de protestos registados na região.
“Confirmamos a fuga de 220 reclusos da cadeia distrital de Gorongosa, após um grupo de garimpeiros e moto-taxistas ter criado sinais de protesto. No entanto, já conseguimos capturar 12 e colocá-los de volta na prisão”, afirmou Dércio Chácate, porta-voz do Comando Provincial da PRM em Sofala.
De acordo com a polícia, dos fugitivos, 106 estavam em prisão preventiva, enquanto 114 cumpriam penas por crimes diversos. “Temos 106 reclusos que fugiram quando estavam em prisão preventiva e outros 114 que já cumpriam penas por tráfico de drogas, homicídios, furtos agravados, entre outros crimes”, detalhou Chácate.
Protesto e vandalismo antecederam a fuga
A evasão ocorreu por volta das 11h15, depois de a polícia ter repelido um grupo de moto-taxistas e garimpeiros que tentava juntar-se para protestar contra o elevado custo de vida. Segundo as autoridades, os manifestantes vandalizaram parcialmente a residência do presidente do município, bem como outros estabelecimentos comerciais situados ao longo da Estrada Nacional Número 1.
Apesar da agitação registada durante a manhã, a polícia garante que a situação já está sob controlo. “Neste momento, a situação está controlada e estamos a trabalhar para identificar os responsáveis por esta confusão junto da população”, assegurou o porta-voz.
Fugas de reclusos em protestos anteriores
Moçambique enfrenta, desde Outubro, uma crise pós-eleitoral marcada por protestos e confrontos violentos entre manifestantes e a polícia, resultando em mais de 300 mortos e cerca de 600 feridos a tiro, segundo organizações da sociedade civil.
Este não é o primeiro caso em que as autoridades associam manifestações à fuga de reclusos. No dia 25 de Dezembro, 1.534 detidos escaparam após rebeliões nos Estabelecimentos Penitenciário Especial de Máxima Segurança e Provincial de Maputo, situados a mais de 14 quilómetros do centro da capital.
