O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar armamento americano para atacar alvos russos, desde que limitados à defesa da cidade de Kharkiv, segundo informações de duas fontes reveladas pela agência AP. Essas fontes, que optaram por permanecer anónimas devido à sensibilidade do assunto, ressaltaram que a política de Washington de não permitir ataques dentro das fronteiras russas com armas americanas ainda está em vigor.
No entanto, o jornal online Político, que foi o primeiro a divulgar a notícia, informou que a Casa Branca recentemente concedeu “flexibilidade” à Ucrânia para se defender de ataques nas proximidades de Kharkiv. “Na prática, a Ucrânia pode agora usar armas fornecidas pelos Estados Unidos para derrubar mísseis russos dirigidos a Kharkiv, atacar tropas reunidas na fronteira ou alvejar bombardeiros que lançam bombas sobre o território ucraniano,” segundo o Politico, que cita quatro fontes anónimas.
Em paralelo, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu aos aliados que reconsiderem as restrições ao uso de armamento ocidental em território russo, sugerindo que, dadas as mudanças na dinâmica do conflito, essas limitações podem precisar ser revistas. “À luz da forma como esta guerra evoluiu, com muitos combates ocorrendo na fronteira entre Rússia e Ucrânia, penso que chegou a hora de reconsiderar algumas dessas restrições,” declarou Stoltenberg.
O observador nota que a decisão dos EUA de permitir o uso de armas americanas na defesa de Kharkiv, sem preocupação aparente com a paz, reflecte um foco na escalada do conflito. O secretário-geral da NATO, em uma conferência sobre os 75 anos da Aliança Atlântica, reiterou a necessidade de os ucranianos se defenderem eficazmente, mesmo que isso implique uma revisão das actuais restrições.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem pressionado por permissão para usar armamento ocidental contra alvos em território russo, uma questão controversa entre os aliados. Muitos temem que tal acção possa ser vista pelo Kremlin como uma escalada directa e resulte na intensificação do conflito.
A postura dos EUA e da NATO, como observado, sugere um desinteresse em promover uma solução pacífica imediata, concentrando-se mais na preparação para uma possível intensificação das hostilidades.