Apesar da publicidade pintá-la como “instituição séria”, a empresa Trans Aly, que se dedica ao fornecimento de “betão pronto”, não honra com os compromissos que assume diante dos clientes e trata-os com uma arrogância rara de se ver.
Para angariar clientes é mais que séria e até coloca agentes de promoção de serviços e apresenta-os como os mais eficazes da praça. Estes avaliam a obra, os devidos custos pelos serviços a serem prestados, supostamente de forma pontual, e ainda fazem a emissão da cotação – factura pró-forma.
Na verdade, a amizade entre o cliente e a empresa fornecedora termina logo que o cliente procede ao pagamento da factura. Uma das mais recentes provas disso aconteceu com um cliente cuja identidade preferimos omitir, por razões óbvias. O mesmo procedeu, na passada terça-feira, 14 de Junho, por volta das 10 horas da manhã, ao pagamento para o fornecimento de betão pronto no dia 16 de Junho.
Enquanto procedia ao pagamento, o referido cliente recebeu a garantia de que os serviços em causa seriam feitos até as 17 horas do dia combinado, o que acabaria por não acontecer.
Empresa abandona cliente e fecha-se em copas
Após o pagamento, o cliente reservou o dia todo (16 de Junho) para assistir ao enchimento da laje da casa, um momento histórico na sua vida. Durante a manhã, a empresa não se fez presente, mas porque o dia ainda era longo, o cliente permaneceu tranquilo, não se dando ao trabalho de ligar à instituição e questionar o atraso.
Pouco depois das 14 horas, a preocupação era crescente e indisfarçável, o que levou o cliente a entrar em contacto com a empresa. “Estamos em outras obras maiores que essa. A qualquer altura estaremos aí, porque essa obra é menor e não vamos demorar”, assim responderam os técnicos da empresa.
Dependente que era o referido cliente, pouco ou quase nada tinha que fazer perante a dolorosa e humilhante situação. Esperou a tarde toda e nada aconteceu. A verdade é que as viaturas só chegaram à casa do cliente por volta das 19:40 e o enchimento iniciou às 20:30.
Este não era, no entanto, o fim do martírio. O cliente pagou cerca de 150 mil meticais para o enchimento da laje em uma área de aproximadamente 15 m3. Quando os camiões lá chegaram, em número de dois, tudo indicava que a situação estaria finalmente resolvida. Mas não passava de pura simulação.
O facto é que a empresa enviou para a casa do cliente uma viatura conhecida como “bomba” e outra que transportava o betão, mesmo ciente que eram necessárias duas viaturas para transportar o betão.
A primeira viatura a chegar ao local, transportando o betão, abasteceu até por volta das 22:30 e retirou-se. Até por volta da 1:30 da madrugada, altura em que a nossa reportagem abandonou o local, algures na província de Maputo, o cliente, junto dos pedreiros, electricistas e outros intervenientes, continuava refém da empresa, à espera da outra parte da laje, exposto ao frio.
Este é um dos exemplos reais de uma empresa que presta maus serviços e é desprovida de seriedade. Uma empresa que não consegue sequer dar satisfação ao seu cliente aflito.