Às 14h20 desta segunda-feira, 25 de Fevereiro, o voo TM124 aterrou no aeroporto de Vilankulo, província de Inhambane, trazendo a bordo Venâncio Mondlane, popularmente conhecido como VM7. Apesar da chuva que antecedeu a chegada do voo proveniente de Maputo, o aeroporto encheu-se de apoiantes entusiasmados, prontos a receber o líder político com cânticos e aplausos.
O percurso habitual do aeroporto ao centro da cidade, que geralmente leva 15 minutos, transformou-se numa marcha lenta para a caravana de VM7. Devido ao banho humano que acompanhou o político, o trajecto demorou mais de uma hora. Multidões alinharam-se ao longo das ruas, entoando cânticos de “Venâncio, Venâncio, Venâncio”, num claro sinal de apoio e admiração.
A chegada de VM7 ocorre na véspera de uma data histórica, uma vez que amanhã, 25 de Fevereiro, Vilankulo celebra o quinto aniversário da sua elevação à categoria de cidade, conforme estabelecido pelo Decreto 16/2020.
A cidade, que outrora era uma vila, tem a particularidade de ser governada por um edil que partilha o mesmo apelido: [Quinito] Vilanculo. Este facto enche de orgulho alguns nativos. “Sou Vilanculo, neto de Vilanculo, nasci em Vilankulo, onde governa um Vilanculo, e os meus filhos são Vilanculo”, exultou um munícipe, perante nossa equipa de reportagem.
No centro do furacão
A chegada de Venâncio Mondlane a Inhambane ocorre num momento de tensão política na província. No mesmo dia, duas sedes da Frelimo, o maior partido político de Moçambique, foram incendiadas em Maxixe e Morrumbene. Além disso, lojas comerciais foram vandalizadas por jovens e adolescentes que afirmam estar a manifestar-se contra o elevado custo de vida.
Alguns analistas políticos associam Venâncio Mondlane às recentes correntes de reivindicações que têm agitado o País. A maioria defende a necessidade de um diálogo entre o líder político e o Presidente da República, Daniel Chapo, como forma de aliviar as tensões e encontrar soluções para os desafios que o País enfrenta.