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Bissopo reaparece e dispara contra Ossufo Momade e Venâncio Mondlane

O antigo secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, deu uma conferência de imprensa na tarde desta quinta-feira, 14 de Março, na cidade da Beira, na qual disparou para várias direcções, mas com os tiros a atingirem particularmente Ossufo Momade e Venâncio Mondlane, que por sinal estão de costas voltadas.

Bissopo começou por criticar o atraso na realização do Congresso, facto que, nas suas palavras, faz da Renamo uma “vergonha internacional”.

“A continuar sem realizar o congresso, teremos problemas e os desentendimentos vão continuar”, alertou aquele quadro sénior, para quem urge realizar a reunião magna para “limpar a imagem do presidente e do próprio partido”.

Recordando que a Renamo é “pai da democracia”, Bissopo chamou atenção para a necessidade de “sermos os primeiros a executar a democracia interna”. Nesse sentido, apelou aos membros do Conselho Nacional para que reponham a normalidade no funcionamento do partido, bastando, para tal, accionar o artigo 20º dos Estatutos, que estabelece que “o Congresso reúne, ordinariamente, de cinco em cinco anos, e, extraordinariamente, a requerimento do presidente do partido ou um terço dos membros do Conselho Nacional”.

Refira-se que a não convocação do Congresso por parte de Ossufo Momade levou a que Venâncio Mondlane submetesse providência cautelar ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, uma acção condenada por Manuel Bissopo, que lembra que Mondlane foi conselheiro político do presidente por cinco anos, pelo que tinha obrigação de o assessorar para “não cair nestas asneiras”.

Ainda a respeito de Mondlane, que anunciou vontade de se candidatar à presidência da Renamo, o antigo número dois considera que este não tem perfil para dirigir a “perdiz”.

“Para dirigir a Renamo, na minha forma de ver, é preciso conhecer a Renamo. É preciso ter domínio [do partido]. No último Congresso, o perfil definia 15 anos de militância para se ser candidato. Ele não tem isso. A menos que o perfil mude para dois ou três anos…”, argumentou.

Já em relação ao actual timoneiro, Bissopo constata que não inspira confiança, “a avaliar pelas contestações”. “Queremos uma liderança respeitada pelos membros para que possa ser respeitada fora”, defendeu.

Mais adiante, e instado a reagir às declarações do presidente do partido, segundo as quais Bissopo é um quadro que anda distante daquela formação política, o antigo SG garante que acedeu a todos os convites que recebeu para participar de reuniões.

“Não há nenhum dia em que fui convidado e não fui a uma reunião”, afirmou, antes de partir para o contragolpe: “o presidente vem ficar uma semana aqui na Beira e não me convida em nenhum momento para uma reunião de quadros. Ao meu nível, tenho que me respeitar para ser respeitado. Não posso ouvir dizer que está numa reunião e chegar lá bater a porta. Isso não faz parte do meu perfil. Tenho direito de ser convidado para uma reunião, porque eu respeito os órgãos”, rematou.

 

 

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