O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), em colaboração com várias entidades governamentais, divulgou o prognóstico para a época chuvosa 2024-2025, destacando um risco elevado de cheias e um aumento no número de casos de malária, especialmente nas regiões centro e norte de Moçambique.
Texto: Dossiers & Factos
De acordo com o documento, partilhado pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), espera-se que entre Outubro de 2024 e Março de 2025, várias províncias do país registrem chuvas intensas, com tendência para acima do normal, particularmente nas províncias de Gaza, Inhambane, Manica, Tete, Sofala e Maputo. Estas condições podem agravar o risco de inundações nas bacias hidrográficas, principalmente nas áreas ribeirinhas e urbanas.
O prognóstico prevê um risco moderado a alto de cheias nas bacias hidrográficas do Maputo, Umbeluzi, Incomati, Save, Buzi, Pungue e Licungo, durante os primeiros três meses de 2025. Os municípios de Maputo, Matola, Beira, Quelimane e Xai-Xai estão entre as zonas urbanas que poderão sofrer com cheias severas, o que poderá resultar em danos significativos às infraestruturas, incluindo estradas e pontes.
Para mitigar os impactos, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) já está a mobilizar recursos e a realizar manutenções preventivas nas áreas mais vulneráveis. Medidas como a limpeza de valas de drenagem e o aprovisionamento de pontes metálicas estão a ser consideradas.
O impacto das chuvas sobre a saúde pública também é uma grande preocupação. O prognóstico assinala um risco elevado de aumento de casos de malária nas províncias de Nampula, Zambézia, Niassa e Cabo Delgado, tanto para menores de cinco anos como para a população em geral. Para o período Janeiro-Março de 2025, os especialistas antecipam que os casos de malária alcancem níveis críticos, especialmente nas áreas com maior exposição às inundações.
As doenças diarreicas também deverão aumentar, com alto risco em Maputo, Sofala, Tete, Zambézia e Niassa. A resposta do sector da saúde inclui acções preventivas, como o controlo vectorial e a promoção de boas práticas de higiene e saneamento, essenciais para minimizar os efeitos da época chuvosa.
O INAM recomenda uma vigilância apertada nas regiões identificadas como de maior risco, além de uma colaboração estreita entre os diversos sectores para garantir a mitigação dos impactos. O governo já está a trabalhar com as administrações locais para garantir uma resposta rápida e eficaz face aos potenciais danos nas infraestruturas e no bem-estar da população.