EnglishPortuguese

Frelimo vai continuar a segurar 1º secretário em Tete?

Acusado de envolvimento num caso de desvio de cerca de um (1) milhão e de meticais, o primeiro-secretário do partido Frelimo na província de Tete, Gonçalves João Jemusse, é ouvido hoje, 21 de Setembro, no Tribunal Judicial do Distrito de Chiúta. De recordar que os alegados crimes terão sido praticados entre 2019 e 2021, quando Jemusse exercia as funções de administrador distrital em Chiúta.

O caso chama atenção por tratar-se de uma das raras ocasiões em que quadros seniores do partido no poder vêem seus alegados erros serem investigados até à exaustão. Por outro lado, a audiência preliminar acontece a escassos dias do arranque da campanha eleitoral tendo em vista as eleições autárquicas de 11 de Outubro, o que é tido como um problema para a imagem desta formação política.

Prevendo “altos custos” ao nível das urnas das cinco autarquias da província – estamos a falar do representante máximo da Frelimo em Tete -, os próprios “camaradas” estão preocupados com a manutenção de Jemusse no cargo. É que, segundo argumentam, a continuidade deste naquele posto coloca em causa até o discurso anti-corrupção vigente no partido.

Até agora, e numa atitude classificada como “proteccionista”, o partido Frelimo não se pronunciou sobre este caso, e o silêncio já começa a ser “barulhento”.

O que está em causa

No processo com o número 1/05/P/GPCCT/2021, instruído pelo Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, Gonçalves João Jemusse e outros quatro arguidos (Raimundo Eduardo Cebola, Gonçalves João Jemusse, Manuel Mouzinho Joaquim Cebola e Egrita Miranda das Dores Devessone Alfredo) são acusados de terem transferido um valor total de 300.000,00 Mts da rubrica de ajudas de custo da Secretaria Distrital de Chiúta para as suas contas bancárias.

As transferências supostamente ilícitas aconteceram em Junho de 2019, cinco meses antes de Jemusse, Raimundo Cebola e Manuel Cebola colocarem em prática um outro plano, que consistiu na aquisição de cinco motorizadas e respectivos capacetes, no valor de 923.260,00 meticais. Segundo o Ministério Público, as motorizadas foram adquiridas num processo que não seguiu o regime de contratação pública.

Jemusse terá “mamado” dinheiro de professores

Ainda no âmbito do mesmo processo, o número um da Frelimo em Tete é acusado de ter recebido 50 mil meticais alegadamente para que este, na sua então qualidade de administrador distrital, fizesse face às actividades de monitoria do processo de realização de exames.

Facto é que o valor em causa, disponibilizado pela Direcção Provincial de Economia e Finanças de Tete, era referente às ajudas de custo do corpo docente que, como de praxe, garante a monitoria em actividades do género.

 

 

 

 

Gostou? Partihe!

Facebook
Twitter
Linkdin
Pinterest

Sobre nós

O Jornal Dossiers & Factos é um semanário que aborda, com rigor e responsabilidade, temáticas ligadas à Política, Economia, Sociedade, Desporto, Cultura, entre outras. Com 10 anos de existência, Dossiers & Factos conquistou o seu lugar no topo das melhores publicações do país, o que é atestado pela sua crescente legião de leitores.

Notícias Recentes

Edital

Siga-nos

Fale Connosco