O Conselho Municipal da Vila da Namaacha está completamente paralisado desde a última sexta-feira, 20 de Janeiro, dia em que os funcionários decidiram dar início a uma greve geral, como forma de pressionar a edilidade a pagar os cinco meses de salários em atraso. Agosto de 2022 foi a última vez que os funcionários da autarquia viram ordenados “caírem” em suas contas. De lá até esta parte, zero.
Desde Setembro, as nossas fontes estão em “modo sobrevivência”. Afirmam que só não perdem forças porque “Deus não desampara os seus filhos”, mas assumem ter chegado ao limite, num mês em que necessitam (ainda mais) de dinheiro para arcar com as despesas inerentes à escola para os seus filhos.
A solução, no entanto, parece estar longe de chegar. É que, de acordo com fontes do Dossiers & Factos, o presidente do Conselho Municipal, Manuel Elias, terá dito aos funcionários que “este ano temos que começar de novo”, acrescentando que, em relação ao ano passado, “não pode responder”. Agastadas com a situação e com a suposta arrogância do edil, as fontes ameaçam não voltar ao trabalho enquanto as suas reivindicações não tiverem resposta, e, nos próximos dias, deverão mesmo marchar pelas artérias daquela vila fronteiriça.
Dossiers & Factos tentou entrar em contacto com Manuel Elias, que não atendeu às nossas chamadas. Entretanto, uma fonte interna da edilidade disse que o atraso deve-se ao não desembolso do Fundo de Compensação Autárquica (FCA) por parte do Governo Central, situação que alegadamente já vai no quinto mês.
“Os funcionários são pagos através do cofre geral do Estado. Agora, temos a parte dos membros e titulares da autarquia, que dependem das receitas”, disse a fonte, que, ainda assim, admite ter havido “erros” por parte da edilidade. Nosso interlocutor acrescentou que, devido à fraca arrecadação de receitas, nem os vereadores estão a ser pagos, sendo que o valor está a ser usado para a compra de “combustíveis, papel” e outros itens necessários para o funcionamento do município. Dossiers & Factos apurou, no entanto, que os vereadores, assim como os deputados da Assembleia Municipal, receberam o ordenado correspondente ao mês de Dezembro, “sorte” que os funcionários não tiveram.