Nos verdes campos da Liga Portugal, onde a glória e a paixão se entrelaçam, emerge um nome que brilha com intensidade singular: Geny Catamo. O internacional moçambicano, que enverga a camisola do Sporting como um manto de honra, tem-se revelado um verdadeiro carrasco contra as grandes potências do futebol luso, o Benfica e o Futebol Clube do Porto. Com a destreza de um artista e a precisão de um poeta, Geny soma quatro golos em clássicos, cada um deles uma ode ao talento e à determinação.
Texto: Amad Canda
Foi no último sábado, dia 31 de Agosto, que Catamo voltou a fazer ecoar o seu nome nos estádios de Portugal. O Sporting enfrentava o Futebol Clube do Porto, em mais um duelo de gigantes. O relógio marcava a quarta jornada da Liga Portugal Betclic, quando Geny, com a serenidade de um maestro, selou a vitória dos leões por 2-0. O seu golo, o segundo da partida, não foi apenas um remate certeiro, mas uma dedicatória especial ao filho recém-nascido e à sua mulher, num gesto que uniu o futebol à vida, a alegria ao amor.
Mas a lenda de Geny não começou aqui. Em 26 de Abril de 2024, na jornada 28, quando a tensão do campeonato atingia o seu apogeu, foi o moçambicano quem abriu e fechou as portas da vitória para o Sporting, afastando definitivamente a sombra do Benfica, então campeão em título. Num jogo de emoções à flor da pele, Catamo bisou com a frieza de um veterano e a paixão de um jovem prodígio. Marcou no primeiro e no último minuto do tempo regulamentar, cravando os leões no topo da tabela classificativa com uma vantagem decisiva de quatro pontos, e um jogo em atraso. Era o clarim que anunciava o caminho para o título, desenhado pelos pés do homem que sabe como nenhum outro fazer tremer as águias e os dragões.
E como não recordar outro momento de brilho contra o Porto? O golo que completou o seu repertório de poesia futebolística, em mais uma batalha onde a arte de Catamo fez a diferença, mantendo o Sporting no trilho da grandeza.
Geny Catamo não é apenas um jogador; é um autor, um contador de histórias que usa a bola como caneta e o relvado como papel. Em cada clássico, ele escreve novos capítulos de uma saga onde o Sporting é o protagonista e o futebol é a expressão máxima da beleza e do drama. Aos 22 anos, o ala moçambicano já cravou o seu nome na história do futebol português, tornando-se um ídolo para os adeptos e um pesadelo para os adversários.
E assim, entre golos e vitórias, Geny Catamo segue a escrever a sua história, uma história que, como toda grande obra, ficará gravada na memória dos que amam o desporto-rei. O poeta dos clássicos, o carrasco dos gigantes, continua a traçar o seu destino com a elegância e a eficácia que só os verdadeiros artistas possuem.