O Governo negou esta terça-feira, 22 de Outubro, que tenha havido ataques a jornalistas nas manifestações havidas ontem na cidade de Maputo, apesar de haver imagens – a RTP, por exemplo, estava a fazer um directo – que mostram o contrário.
“Eu não posso assumir, porque não é verdade. Eu também assisti que tenha havido disparos contra jornalistas. Houve disparos contra manifestantes e os jornalistas estavam posicionados num lugar onde também estavam manifestantes, e, nessa sequência, terão sido atingidos por essas balas de gás lacrimogéneo”, disse o porta-voz do Executivo, Filimão Suazi, no rescaldo de mais uma sessão do Conselho de Ministros.
A verdade, porém, é que os jornalistas estavam a entrevistar Venâncio Mondlane, o candidato presidencial que convocou o acto, em repúdio ao duplo assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, advogado e mandatário do Podemos, respectivamente.
O porta-voz do Governo defendeu ainda que a actuação da polícia está alinhada com o mandato constitucional de manter a ordem pública. Entretanto, reconheceu que será necessário investigar se houve excessos por parte das Forças de Defesa e Segurança. “Se tiver havido algum excesso na actuação das Forças de Defesa e Segurança, no dia de ontem, (segunda-feira), será matéria de estudo, e no momento oportuno haverá um pronunciamento. Primeiro, para confirmar se foi realmente por parte das Forças de Defesa e Segurança, se foram usadas balas verdadeiras ou se houve outras pessoas envolvidas, visando provocar o caos”, concluiu.