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“Mola” da Covid-19 finalmente chega aos beneficiários em Inhambane

Quase três anos depois de o governo da província de Inhambane, através da Direcção Provincial dos Assuntos Sociais e o Instituto Nacional de Acção Social, ter prometido pagar a última tranche do subsídio da Covid-19, o equivalente a 6 mil meticais, e depois de boa parte dos beneficiários ter perdido a vida em consequência de outras doenças, finalmente este ano decidiu cumprir com a sua promessa, distribuindo os subsídios aos legítimos beneficiários. A vila autárquica de Quissico foi a primeira a dar o pontapé de saída.

Texto: Anastácio Chirrute, em Inhambane

O “bebé” que levou mais de três anos dentro da barriga finalmente nasceu, nasceu com o peso recomendado pelas autoridades de saúde, o que alegra os pais que neste caso são os beneficiários que há anos aguardavam pela chegada deste momento.

São, no total, 6 mil meticais que as mais de 54 mil famílias residentes nos quatro municípios da província de Inhambane, nomeadamente Quissico, Maxixe, Inhambane e Vilankulo (Homoine e Massinga ainda não eram municípios), deverão receber no intervalo de 20 a 30 de Dezembro do ano em curso, o correspondente a quatro meses de atraso. Esse valor devia ter sido pago aquando da eclosão da Covid-19, uma pandemia que já ceifou milhares de vidas humanas no mundo inteiro.

Albertina Fernando vive no Bairro Chambone A, faz parte das famílias que foram seleccionadas para beneficiarem do subsídio da Covid-19 e não esconde a sua satisfação, pois acaba de receber a última parte do subsídio que faltava. Agora com dinheiro na mão, tem as festas do natal e do fim do ano garantidas.

“Estou muito feliz pelo facto de o governo ter vindo nos pagar o nosso dinheiro, estávamos à espera há muito tempo, desde o tempo da Covid-19 que prometiam que iam pagar e, hoje, finalmente, decidiram cumprir com a sua promessa. Com este dinheiro, vou logo fazer rancho para garantir a quadra festiva, não tinha ideia do que ia comer com a minha família”.

Quem também está feliz é Mário Nhambiu. Quando ouviu a notícia sobre a existência do subsídio não quis perder tempo e correu para a escola onde os outros vizinhos estavam concentrados para receberem o que é seu por direito. Conta que a emoção é grande e, com dinheiro na mão, já começa a planificar o destino do mesmo.

A informação sobre a disponibilidade do subsídio da Covid-19 foi confirmada pelo respectivo director provincial dos Assuntos Sociais em Inhambane, Samuel Júnior. Júnior garantiu que todos os beneficiários inscritos neste processo vão poder receber seu valor na totalidade e que a demora deveu-se também ao atraso no desembolso do fundo por parte do governo central.

“Estamos a pagar todos os quatro meses em falta, no valor total de 6 mil meticais, o correspondente a 1500 meticais por mês. Terminamos de pagar a Vila Autárquica de Quissico, assim estamos a atacar os municípios de Inhambane e Maxixe.”

Para os beneficiários já perecidos, segundo a mesma fonte, nos programas de protecção social existe a figura de sessação não se pode efectuar os pagamentos a quem perdeu a vida, o que contraria a informação divulgada pelo Instituto Nacional de Acção Social (INAS), que recomenda os familiares dos beneficiários que perderam a vida no sentido de levarem consigo a certidão de óbito para poderem receber o subsídio deixado pelo seu ente querido.

“Se fosse nos programas de protecção social, fazíamos a substituição. Já para este caso, em que o beneficiário já perdeu a vida, não temos como fazer e automaticamente, temos que devolver o valor”, disse, acrescentando que “sobre as certidões de óbitos que os familiares dos beneficiários já falecidos são recomendados a trazer são detalhes que eu em particular não saberia explicar, porque nós, quando terminamos de efectuar os pagamentos, sentamos para fazer o balanço que é para sabermos quantas pessoas estiveram presentes e se de facto descobrirmos que há beneficiários que faltaram procuramos saber dos reais motivos que fizeram com que não tenha participado”.

 

 

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