Está a multiplicar-se, diariamente, o número de pessoas que, em vez de recorrer a bancas fixas, preferem mesmo enfrentar o risco de ser atropeladas na estrada, tudo na tentativa de fazer pequenos negócios no Mercado 38 Milímetros, em Chimoio.
Texto: António Cumbane, em Chimoio
Na zona mais conhecida por “Mesquita”, por exemplo, os vendedores ocuparam quase todo o espaço destinado aos peões. Ali existe uma paragem de passageiros e a estrada que liga Macate à cidade de Chimoio já regista movimento de veículos.
Operadores de levantamento e depósito via electrónica estão em todo o lado, para não falar dos taxistas de moto que se expõem ao perigo mesmo nas pequenas faixas da via Macate- -Chimoio (38).
A concentração arbitrária de vendedores, que correm risco de sofre acidentes de viação, também é notória junto ao Pavilhão, onde se vendem hortícolas. Ali, pessoas expõem-se para fazer negócios e, quando anoitece, o cenário piora, sendo que as autoridades nada dizem.
Nos corredores do 38, sobretudo onde passam veículos, é também notória a presença de crianças a venderem bolinhos e água. “Papá, isto não está fácil. Quando amanhece, é preciso correr para ganhar a vida. Aqui na Mesquita são raros os casos de acidentes, mas tornou-se um local de grande perigo”, comentou Neusa Brito, cliente assídua no 38. Os nossos entrevistados dizem que, às vezes, a presença da Polícia de Trânsito é notória, sobretudo na zona da “Mesquita”, para regular o trânsito e sensibilizar os automobilistas a observarem todas as regras previstas no Código de Estradas.
“Geralmente, não passa uma semana sem vir aqui a polícia, mas nós é que, muitas vezes, somos renitentes. Em vez de ocupar estes espaços de cá, corremos para a estrada”, denunciou uma vendedora na área da Mesquita.
Aliás, são os próprios vendedores, entre ambulantes e fixos, que aliciam os seus clientes com preços baixos, sem saber que correm risco. “Às vezes os veículos são obrigados a buzinar, mas sem sucesso. Tenho pena das crianças, porque são as que correm mais perigo. As autoridades desta cidade, que celebra 55 anos, deviam ver isto. Não é apenas limitar-se à recolha de receitas”, afirmou Aquino Lucas, um cliente interpelado pelo Dossier Económico enquanto fazia compras no 38.
55 Anos de Chimoio
Entretanto, a cidade de Chimoio celebrou na quarta-feira, 17 de Julho, 55 anos de elevação a esta categoria, numa altura em que se avolumam as preocupações dos munícipes nos bairros, que têm a ver com a remoção do lixo, degradação das vias, iluminação pública e outros desafios.
No seu discurso, o presidente do Município de Chimoio, João Ferreira disse que “a entrega de cada um dos munícipes desta cidade alimenta-nos a esperança de superação, pois somos um grupo de trabalho motivado para servir a todos vós, porque nos confiaram mais uma vez nas eleições de 2023, daí que temos envidado esforços procurando satisfazer as necessidades comuns nas diferentes esferas de desenvolvimento de Chimoio”.
“É neste contexto que, nos primeiros seis meses, várias actividades foram realizadas, com a participação dos munícipes, agentes económicos, organizações e associações sócio-económicas, confissões religiosas da nossa autarquia, aos quais endereçamos desde já os nossos sinceros agradecimentos”.
“No rol das actividades desenvolvidas durante o período, há que destacar a abertura de furos de água, cuja taxa de cobertura ronda setenta e quatro por cento, melhoria de vias de acesso asfaltadas e terraplanadas com o tapamento de buracos e ensaibramento, construção de salas de aula, bloco de autópsia e, com os parceiros, o Centro de Saúde de Agostinho Neto”, disse.
Texto extraído na edição 124 do Jornal Dossier económico
