Numa altura em que Moçambique e o resto do mundo continuam a sofrer devido aos efeitos da Covid-19, o sector do Turismo, por sinal o mais afectado, tem vindo a registar significativas melhorias. Na província de Inhambane, por exemplo, o sector conseguiu encaixar para os cofres do Estado mais de 3 mil milhões de meticais no ano passado, dos quais 2 milhões de meticais foram arrecadados durante a quadra festiva. No ano anterior, a arrecadacão não ultrapassou os 2 mil milhões. A informação é avançada pelo director provincial da Cultura e Turismo, Emídio Nhatumbo.
Por: Anastácio Chirrute, Inhambane
Em finais de 2019, Moçambique e o resto do mundo foram acometidos por uma nova pandemia viral, denominada Covid-19. Para além de causar luto nas famílias, o vírus descoberto na China causou danos económicos em diferentes sectores de actividades, com destaque para a Indústria e Turismo, tendo este último sido o mais afectado, como o demonstram as rescisões de contratos com os trabalhadores.
Entretanto, com o relaxamento de algumas medidas pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, boa parte das estâncias turísticas que estavam encerradas voltaram a abrir as portas.
O período da quadra festiva foi dourado, com maior fluxo de turistas nacionais e estrangeiros na província de Inhambane, que é uma verdadeira potência no que ao turismo diz respeito.
Este facto concorreu para que o ano de 2021 fosse melhor quando comparado com 2020, olhando para aquilo que foi o nível de receitas produzidas. Em entrevista exclusiva ao Dossier Económico, Emídio Nhatumbro, director provincial da Cultura e Turismo em Inhambane, disse que, apesar das limitações de acesso às praias, como forma de conter a propagação do coronavírus, o sector conseguiu superar a meta.
Foram mais de 3 mil milhões de meticais encaixados pelos cofres do Estado, dos quais 2 milhões foram arrecadados apenas no decurso da quadra festiva, contra 2 mil milhões de meticais em 2020.
ʺComo podemos ver, a situação em que o país se encontra mergulhado não foi favorável para o sector do Turismo, tivemos muitas perdas, há em volta de tudo isto o enceramento das praias, que contribuiu para a fraca adesão dos turistas sobretudo os estrangeiros”, disse Nhatumbo, para justificar o fraco desempenho em 2020.
Apesar de não esconder a satisfação com a tendência de recuperação havida em 2021, o dirigente tem como meta voltar aos níveis do período pré-pandemia.
“Reconhecemos que o valor é muito pouco, pois está muito abaixo daquilo que vínhamos encaixando antes da eclosão da pandemia”.
Mesmo sem revelar os números, o responsável afirma que, com a retoma das actividades no sector do Turismo, vários trabalhadores voltaram a ocupar os seus postos de trabalho.
Músicos estão a morrer à fome devido a Covid-19
Num outro desenvolvimento, o director provincial da Cultura e Turismo disse ao Dossier Económico que nem todas as notícias são boas, uma vez que os músicos da “terra da boa gente” continuam a passar por grandes dificuldades, em face de terem ficado muito tempo sem a possibilidade de realizar shows, que são a sua maior fonte de receita.
“Os nossos músicos estão mesmo numa situação bastante preocupante, estão a passar por dificuldades, não tem dinheiro para poderem garantir a sua sobrevivência”, lamentou.
Nhatumbo diz que o sector tem estado a apelar a classe para que encontre vias alternativas que possam garantir a sua sobrevivência enquanto a dinámica dos eventos não volta.
O responsável não quer que os músicos cruzem os braços e diz ser necessário que cada um vá em busca de oportunidades, formando parcerias com os operadores turísticos por forma a encontrarem espaços para a exibição dos seus trabalhos.
Lembre-se que os grandes festivais da província de Inhambane, nomeadamente Tofo, Barra, Zavala, Timbila, Trópico de Capricórnio, entre outros, não têm lugar há dois anos.