Foto: Cortesia do MADER
Decorre em Maputo, no distrito municipal KaTembe, o primeiro Simpósio Nacional de Investigação Agrária de Moçambique. No evento serão discutidos temas sobre a produção agrária, sistemas tecnológicos e científicos de genética, entre outros. A abertura foi presidida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que considerou a agricultura a base da nação e suporte da economia.
O Chefe de Estado acredita que Moçambique tem todos recursos para potencializar a agricultura, um sector no qual “tem tudo para dar certo”.
Segundo o Presidente, a agricultura moçambicana ainda não conseguiu resolver o problema da desnutrição e insegurança alimentar, que tem tirado sossego de muitas famílias desfavorecidas, principalmente nas zonas recônditas.
O Presidente assinalou o aumento da produção nos últimos anos, mas fez notar que o mesmo é resultado do uso de mais terra e não necessariamente do aumento de produtividade.
Tendo isso em mente, o Governo moçambicano vai disponibilizar, nos próximos dois anos e meio, 3 bilhões de meticais para requalificar o laboratório de investigação de produção de vacinas e igualmente para o campo de multiplicação de sementes.
Espera-se, com isso, apertar o cerco à volta da fome e insegurança alimentar, que atinge 30% da população moçambicana.
“Temos consciência que não vamos conseguir resolver em dois anos e meio, mas temos que começar a correr, depois o trabalho vai continuar”, reconheceu Nyusi, que tambem anunciou que que Moçambique já possui tecnologia para produção comercial de trigo.
Por sua vez, o presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Eneas Comiche, referiu que o Conselho Municipal tem vindo a trabalhar com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural no sentido de levar à adopção de boas práticas por parte dos camponeses, o que deverá concorrer para o aumento da produção e produtividade de culturas e criação de animais.
Segundo Comiche, foi já possível implementar o projecto de apoio técnico aos programas de nutrição e insegurança alimentar, que se concentra nas áreas sócioeconómicas, sistemas de pressão agrária e agro-processamento.
No mesmo projecto, e ainda segundo o edil de Maputo, os agricultores beneficiaram da introdução de novas culturas e variedades diversificadas.
“Neste projecto participaram os agricultores, que tiraram enormes benefícios em termos de introdução de novas culturas e variedades distintas, abrindo perspectivas diversificadas de produção”, disse.