Os trabalhadores da Tmcel estão indignados com a direcção da empresa, a qual apontam várias irregularidades, incluindo esbanjamento de dinheiro em viagens, numa altura em que a telefonia enfrenta dificuldades até para pagar salários. Os funcionários criticam o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) por ignorar suas inquietações.
Texto: Dossiers & Factos
Numa carta-denúncia dirigida à Presidente do Conselho de Administração do IGEPE, Ana Coanai, os trabalhadores começam por condenar o IGEPE por “não ter tido em consideração” as inquietações vertidas numa outra carta, de 06 de Outubro, redigida pelo Sindicato Nacional das Telecomunicações de Moçambique.
Seguidamente, contam que, já depois desta missiva, foram registados na empresa actos que, na opinião dos funcionários, consubstanciam esbanjamento de dinheiro. “Temos registo de viagens de luxo ao estrangeiro (Dubai) para uma delegação superior a quinze (15) pessoas, com ajudas de custo de USD 3.750 por pessoa, numa altura em que os colaboradores continuam com dois meses de salários atrasados”, lê-se na carta.
O administrador, Binda Jocker, e o director executivo técnico, John Nduco, integraram a delegação, de acordo com o depoimento dos trabalhadores, sendo que, depois de regressarem a Maputo, embarcaram em mais uma “passeata” em Cape Town, África do Sul, tendo sido parte de uma “outra delegação com número significativo de integrantes”.
“Senhora presidente do Conselho de Administração, nunca foi intenção dos colaboradores interferir na gestão da empresa, mas a forma fria como temos sido tratados pelos membros do Conselho de Administração esgota qualquer relação, por nos ter relegado para a última posição na lista das prioridades”
A carta também acusa John Nduco, que supostamente é de nacionalidade zimbabweana, de estar a trabalhar ilegalmente em Moçambique e de ter montado uma empresa para prestar serviços à Tmcel. “Seu vínculo contratual com a Tmcel não teve anuência do Ministério de Trabalho, Emprego e Segurança Social, beneficiando-se de todo o tipo de mordomia à custa da empresa”, relatam.