Regressamos às publicações de histórias de vida para o novo ano, que se espera seja de muitas realizações. Porque estivemos na quadra festiva, período em que as famílias se soltam e gastam em algum momento de forma demasiada, fomos buscar para a presente edição uma crónica de um autor desconhecido, e que mesmo assim, no nosso entender, não deixa de ser educativa. O título e edição deste texto são da responsabilidade de Serôdio Towo.
Conta o autor que Bartolomeu, nome fictício atribuído a uma das personagens, saiu de casa convencido que deixou a mulher matreca a dormir. Bartolomeu foi à balada e, como recém-casado, tirou o anel do dedo logo ao fechar a porta de casa e descer as escadas do prédio onde moram.
Até chegar à garagem já não tinha sinais de ter contraído matrimónio, porque o anel já estava guardado no bolso mais seguro e escondido de todos à espera de ser usado na hora que Bartolomeu regressaria à casa. A matreca que está em casa supostamente dormindo por falta de companhia do marido procura encontrar uma companhia à noite, que toma devida atenção e paciência de conversar, enquanto ela faz um compasso de espera até o marido – Bartolomeu – chegar.
O ambiente era mesmo difícil: Bartolomeu tinha ou tem tantas saídas e faz isso quase todos os dias, chegando de madrugada à casa. É por esta via que a matreca encontra um amigo conselheiro no WhatsApp, e a conversa rola todos dias nas noites em que ele está ausente.
Sucede que, enquanto a esposa matreca conhecia um amigo virtual que passou a ser bom conselheiro nocturno, Bartolomeu já conhecia uma outra mulher a quem tratava de Love e ela lhe tratava por “meu rapaz”.
É com esta que sempre rola um romance no carro ou no guest house todas as noites que ele saia, e nem por isso ele faz faltar a mesada da esposa e todas outras condições materiais para a mesma.
Enquanto ele estivesse na balada, ela olhava incansavelmente para o celular, controlando a hora na esperança de testemunhar a chegada do seu marido, que no entanto nunca chegava. Bartolomeu, do outro lado, entra para o WhatsApp e vê que a mulher está on e manda uma mensagem:
– Amor, não dorme?
E ela de seguida responde:
– Estou sem sono!
Ele finge mostrar vontade de querer voltar à casa e pergunta:
– Amor, posso voltar?
Mas ela diz:
– Divirta-se, não se preocupe, estou bem!
Assim terá mais tempo para conversar com o fulano WhatsApp, acredita a matreca.
Ele continua na balada, enquanto ela justifica a demora perante o fulano do WhatsApp:
– Estava despachando o meu marido, podemos continuar a conversar, esse não volta tão já!
E lá continua a conversa, na qual já se começa a manifestar intimidade, com o fulano a tratá-la por minha linda, minha bebé, entre outros adjetivos que culminam em troca de fotos!
Ela já à vontade vai mais ao fundo quando manda a sua foto de lingerie e diz:
– Serias tu comigo aqui nesta cama tão grande, mas eu só rebolo sozinha todas as noites, infelizmente!
Bartolomeu chega de madrugada e leva um tempo na revista do carro para que não apareça algum vestígio da fulana que tenha passado noites naquela viatura!
Ela no 2° andar já ouviu a música alta que o marido toca no carro – Yaba Buluko – numa poluição sonora, sem respeito aos vizinhos.
Ela aproveita o momento para dizer tchau ao fulano do WhatsApp, advertindo-lhe ainda que deve esperar pelo sinal dela e, de seguida, começa a apagar as fotos e a conversa íntima que mantivera com o outro.
E quando ele chega, ela simula um sono profundo e ele, para não fazer barulho, tira os calçados e vai pela ponta dos pés porque pensa que ela está a dormir. Quando amanhece os dois saem de casa. Já no carro, ela, ironicamente e com alguma dose cínica, pergunta ao marido:
– Como chegaste e aqui horas, eu não pude perceber!?!
O marido responde:
– Estavas no sono profundo, responde, alegando que levou pouco tempo na balada e que justamente depois de ter mandado mensagem no WhatsApp voltou para casa. Assim, para o marido, a matreca caiu na história mal contada.
Antes de descer dá um beijo e simula uma entrada no salão e ele vai ao trabalho. Ela liga para o companheiro de WhatsApp que a vem buscar de imediato e vão parar numa guest house.
Ela fala de tanta falta de atenção do marido e diz que encontrou amparo no fulano do WhatsApp, e que estava feliz por conhecê-lo.
Depois, a matreca regressa à casa. Felizmente ninguém a viu, tudo aconteceu de dia, e na hora certa ela está em casa, pois não sai de noite.
Ele volta dizendo estar cansado com trabalho, mas isso, para a matreca, já não constituía problema porque ela está feliz da vida e sabe que logo ele vai assistir futebol com amigos e, enquanto isso, ela voltará à conversa com o fulano do WhatsApp, que espera pelo seu sinal.
E logo depois do jantar, quando o marido sai, os dados móveis do telefone da matreca são ligados e ela manda uma mensagem:
– Já estou free…podemos conversar.
Gostei de estar contigo hoje, era tudo que precisava! Assim desenvolvia a conversa e o romance foi rolando em meio a clandestinidade e prazeres sexuais fora de casamentos.
Caro leitor: tome nota!!!
Isso pode acontecer contigo. Se conheceres alguém com este tipo de comportamento, tenta chamar atenção…ninguém é insubstituível!
Espero ter ajudado.