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Após denúncia do DE: CFM reintroduz comboio de passageiros Beira-Moatize

Cerca de dois anos depois, vai voltar a circular o comboio de passageiros na rota Beira-Moatize e vice-versa. O facto foi anunciado na semana finda, pela empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM). O anúncio surge algumas semanas depois de o Dossier Económico ter denunciado, em reportagem, a marginalização dos passageiros pela empresa, que se mostrava focada apenas no transporte de carvão mineral.

Numa nota a que chama de “aviso ao público”, a Direcção Executiva Centro dos CFM informa que vai retomar com a circulação de comboios de passageiros da Beira (Sofala) para Moatize (Tete) e vice-versa. De acordo com a empresa, a retoma há-de efectivar-se no dia 15 do corrente mês.

Refira-se que, na sua edição 40, que foi às ruas a 14 de Outubro, Dossier Económico denunciou que a empresa havia praticamente abandonado os passageiros à sua sorte, privilegiando o transporte de recursos minerais, especialmente o carvão mineral extraído no distrito de Moatize. Esta situação prolongava-se desde 2020, quando, por imperativos de saúde – prevenção da Covid-19 – teve de ser interrompida a circulação do comboio de transporte de passageiros.

Para sustentarem a tese de que a empresa estaria virada apenas para o grande capital, nossas fontes apontavam o facto de, diariamente, vários comboios carregados de carvão partirem de Moatize até ao Porto da Beira.

“Diariamente saem comboios de carvão de Tete para Beira, e diariamente saem de Beira para Tete. Estão a todo o momento a circular”, revelou-nos, nessa altura, uma fonte que não se quis identificar, constatando que “as melhores locomotivas são alocadas para aquelas empresas [de extracção mineira], e aquelas defeituosas são entregues ao povo”.

Uma outra fonte, residente na cidade da Beira, secundava essa conclusão e fazia notar que chegam ao Porto da segunda maior cidade de Moçambique entre seis a sete comboios por dia. A fonte ressalvava que “nem todos são dos CFM, mas pelo menos dois são”.

Adensa as suspeitas de negligência ou falta de vontade por parte dos CFM o facto de o comboio de carga normal também registar problemas com alguma frequência. “Mesmo o comboio de carga normal, que em média leva três dias para chegar a Moatize (partindo da Beira), acaba por levar duas semanas para chegar, por conta de avarias constantes”, acrescentou uma outra fonte, que vê nisto um “acto propositado” por um Governo que “está mais preocupado em servir às elites do que à população”.

Na altura, os CFM ignoraram o Dossier Económico. Contactados pela nossa equipa de reportagem,  o Gabinete de Comunicação solicitou que as perguntas fossem enviadas por email, para que, em função do seu teor, fosse indicado alguém para respondê-las. O facto é que, passadas duas semanas, tal não se verificou. AC

 

 

 

 

não se verificou.

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