A tensão entre a Associação dos Profissionais da Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) e o Governo, que resultou na greve da classe, desencadeada a 29 de Abril último, já resultou em 327 mortes em todo o País. A informação foi divulgada pela própria associação durante uma conferência de imprensa.
A APSUSM, que estima em 95% o nível de adesão à greve, diz que a maioria das mortes ocorreu no Hospital Central da Beira (HCB). As circunstâncias específicas dessas mortes não foram detalhadas, mas a associação enfatiza a gravidade da situação e a necessidade urgente de uma resolução para o impasse entre os profissionais de saúde e o Governo.
De acordo com a APSUSM, profissionais de várias unidades sanitárias do País estão a enfrentar ameaças psicológicas, incluindo transferências forçadas para áreas remotas, assédio moral e abertura de processos disciplinares, devido à sua adesão à greve.
“Estamos a ser alvo de assédio moral por parte de directores clínicos de unidades de saúde distritais e provinciais, administradores, chefes de recursos humanos e outros, que nos pressionam a trabalhar sob ameaça de sanções disciplinares”, afirmou o presidente da associação, Anselmo Muchave.
Além disso, há relatos de convocações para reuniões clandestinas em locais suspeitos e violência psicológica, entre outras formas de intimidação.