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NO MERCADO 38 MILÍMETROS, EM CHIMOIO: Recolha de lixo durante o dia  afugenta clientes

A recolha de lixo no período diurno, no mercado 38 Milímetros, na cidade de Chimoio, uma prática já antiga, está a desanimar os vendedores e a afugentar os clientes, que se dizem ameaçados pelo risco de contrair doenças.

Texto: António Cumbane, em Chimoio

Os camiões do Conselho Autárquico de Chimoio fazem o carregamento dos resí­duos sólidos tanto de manhã como à tarde, recolhendo enormes quantidades de lixo no mercado e numa lixeira próxima aos al­pendres onde se vendem produtos frescos, como alface, tomate, batata-doce, madum­be, cebola, laranjas e hortícolas em gran­des quantidades.

Os comerciantes queixam-se da pro­liferação de moscas e do cheiro intenso quando as operações de recolha iniciam, o que afugenta a clientela durante horas. O odor desagradável persiste no local da recolha e ao longo dos caminhos por onde os camiões carregados de lixo passam até à estrada de Macate.

“É difícil isto. O município perdeu o con­trolo. Como é possível recolher o lixo às dez ou às 16 horas numa área repleta de vendedores?”, questionou Alberto Fábio, cliente abordado pelo Dossier Económico enquanto tentava fazer compras no merca­do 38.

Uma das maiores lixeiras daquele bazar está localizada onde se vendem citrinos e madumbe. Para que os camiões e a pá es­cavadora tenham acesso, os vendedores devem abandonar temporariamente o local.

“Produtos como tomate e alface não es­capam das moscas. É preciso haver regu­laridade na recolha do lixo, mas à noite e não durante o dia”, aconselhou Ana Tomo, vendedora de hortícolas e outros produtos no mercado 38.

“Estamos a pedir para tirarem o lixo à noite. Eles, assim, estão a estragar o nosso negócio. Eu vendo pão próximo aos locais por onde os camiões passam carregados para a lixeira. Diariamente, tenho que ad­quirir plásticos novos para tapar o pão”, dis­se Cristiano Artur, vendedor de pão numa das áreas sempre abrangidas pelas opera­ções no 38.

Nesta semana, a nossa reportagem tra­balhou naquele mercado e constatou que grandes quantidades de lixo extraído são de laranjas, palha, tomate e casca de coco. “Aqui tens que vir mascarado e de botas porque, neste período chuvoso, há muita lama, moscas e cheiro devido a estas tare­fas municipais.”

Citrinos já se esgotam

Entretanto, no mercado 38 Milímetros, o maior na província de Manica, está a registar-se uma escassez generalizada de tangerina, limão e laranjas semi-verdes.

“É o próprio período e já temos poucas entradas e também pouca procura, nestes dias”, explicou Mário Dango, motorista de uma carrinha de transporte de citrinos.

Mesmo assim, segundo Dango, muitas frutas apodrecem no 38, sobretudo a tan­gerina, apesar de três unidades serem ven­didas por apenas dois meticais, por falta de compradores.

Muitas pessoas, em Macate, zona onde este citrino é colhido, estão a perder dinhei­ro. “Até porque onde se viu três tangerinas por dois meticais? Mas, mesmo assim, nin­guém compra. O limão e a laranja de 20 meticais até parecem uma oferta. Está mal isto”, disse um vendedor.

Transportar a tangerina de onde é colhi­da até ao mercado 38 Milímetros tem sido um desgaste total, segundo os fornecedo­res. “Nesta altura em que o período próprio da tangerina está a terminar, há muita tan­gerina que acaba se destruindo ao longo do caminho”.

Fonte ligada ao mercado 38 disse que, ao que se sabe, os camiões fazem aquelas operações naquele horário porque devem atender a outros locais onde são solicita­dos.

Texto extraído na edição 121 do Jornal Dossier económico

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