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Dívida pública global atinge recorde de USD 97 trilhões em 2023

A dívida pública global atingiu um recorde de 97 trilhões de dólares em 2023, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) em 4 de Junho. Os países em desenvolvimento devem cerca de um terço desse valor, dificultando sua capacidade de financiar serviços básicos como saúde, educação e acções climáticas.

De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a dívida aumentou 5,6 trilhões de dólares em relação a 2022. O relatório “Um Mundo de Dívidas” destaca que os pagamentos de juros elevados estão superando o crescimento das despesas públicas essenciais. “Os países em desenvolvimento não devem ser forçados a escolher entre o serviço da dívida ou o serviço ao seu povo”, afirmou o relatório, pedindo mudanças na arquitectura financeira internacional.

 Impacto nas nações em Desenvolvimento

Nos países em desenvolvimento, onde vivem 3,3 bilhões de pessoas, um em cada três países gasta mais com pagamentos de juros do que em áreas críticas para o desenvolvimento humano. Em 2023, a dívida pública desses países atingiu 29 trilhões de dólares, representando 30% do total mundial, um aumento em comparação com os 16% de 2010.

A UNCTAD atribui o rápido aumento da dívida pública global a crises em cascata e ao desempenho económico desigual. O relatório aponta que a dívida está crescendo duas vezes mais rápido nos países em desenvolvimento do que nas economias mais ricas. Os Estados Unidos lideram com mais de 33 trilhões de dólares em dívida pública, seguidos pela China e Japão com quase 15 trilhões e 10,6 trilhões, respectivamente.

Desafios e apelos por alívio da dívida

 O Egipto, México, Brasil e Índia estão entre os países em desenvolvimento com maior dívida pública, além da China. As economias africanas, em particular, têm sido duramente atingidas, com a dívida pública média como percentagem da produção económica aumentando para 62% em 2023.

Os custos dos empréstimos subiram globalmente no ano passado, levando os juros da dívida pública a 847 bilhões de dólares, um aumento de 26% em relação a dois anos antes. Em resposta, líderes globais como o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente do Quénia, William Ruto, têm apelado para a redução do peso da dívida e a coordenação do alívio da dívida através de instituições financeiras multilaterais. Biden destacou que “demasiadas nações são forçadas a escolher entre o desenvolvimento e a dívida, entre investir no seu povo e pagar aos seus credores.”

A União Africana, recentemente tornada membro permanente do G20, tem abordado a questão de forma incisiva. A África do Sul, que assumirá a presidência do G20 em Dezembro, vê isso como uma oportunidade para defender as aspirações dos mercados emergentes.

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