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Escassez de dadores preocupa Banco de Sangue no HPM

 

 

O Banco de Sangue do Hospital provincial da Matola diz que não está a favor de qualquer esquema de “venda” de sangue para os doentes internados ou que estejam a fazer tratamento de diferentes doenças. A enfermeira Lígia Marcia Cuna lamenta ainda o facto de os maiores dadores serem os repositores, havendo poucos voluntários para o efeito.

A enfermeira do Banco de Sangue começou por falar daquilo que tem sido o dia-a-dia naquela unidade hospitalar, dizendo que “tem sido um pouco agitado devido a afluência de dadores repositores, aqueles que vêm doar para os seus familiares doentes”.

 

“Um dos principais factores da falta de voluntários é a falta de informação, porque muitas pessoas pensam que, dando sangue, ele baixa no organismo. Outra coisa é falta de interesse”, disse Cuna, acrescentando que tem feito campanhas de mobilização para a doação de sangue, explicando as vantagens do processo, mas, mesmo assim, “as pessoas não aderem”.

 

Por conta dessa situação, tem sido cada vez mais complicado responder à demanda. “Aqui no hospital nós temos dois serviços de urgências, maternidade e banco de socorros, e temos sempre recebido doentes locais, assim como vindo dos distritos”. Segundo Cuna, para além dos serviços de urgências, existem as enfermarias, que são muitas, e “responder a esses pedidos todos ficam um pouco difícil”.

 

Brigadas de doação de sangue para manter o “stock” 

 

Uma vez que tem sido maior a procura pelo sangue, Cuna diz que o Banco de Sangue tem um plano de brigadas de doação de sangue para manter o stock em dia. O mesmo passa por fazer saídas para fazer campanhas de doação em diferentes instituições, como empresas, escolas, quartéis, entre outros, pois “só depender de repositores não seria possível”.

 

Dados fornecidos pela enfermeira indicam que, entre Outubro a procura pelo sangue tende a subir, atingindo o pico em Dezembro, “devido a sinistralidade nas nossas estradas, agressões físicas, por aí em diante”.

 

A interlocura do Dossiers & factos diz mesmo que já houve situações que o Hospital Provincial ficou sem sangue, tendo sido obrigado a recorrer ao Hospital Central de Maputo (HCM), uma vez que sempre existiu um trabalho de interajuda entre os dois hospitais, bem como com o Hospital José Macamo.

 

“Desencorajamos negociatas de venda de sangue”

 

Ao longo da entrevista, Cuna disse que tem havido familiares que se disponibilizam para pagar pelo sangue para o beneficio dos familiares doentes, mas esta é uma prática errada, e, por isso, “nós, como hospital, desencorajamos este tipo de atitudes, porque sangue não se vende”.

 

Para Cuna, é preciso perceber que o sangue não jorra da torneira como água e que não se equipara a um objecto que pode ser comprado no mercado ou numa loja.

 

“As pessoas, quando têm os familiares doentes a precisarem de sangue, pensam que quem deve doar é alguém da família. Nós tentamos explicar que qualquer um pode doar, pode ser um colega, vizinho”, disse, frisando que se o sangue estivesse à venda estaria exposto nas prateleiras e “daríamos uma factura após o pagamento”.

 

Cuna, diz que, apesar de haver pessoas que tentam “comprar” o sangue, no Hospital Provincial da Matola nunca houve “um colega no esquema de venda de sangue”.

 

   

 

 

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