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FADM enfrentam atraso salarial e retroactivos estagnaram

As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) ainda não receberam o salário referente ao mês de Abril e muitos estão a passar necessidades. A situação, que vem aumentar a incerteza em relação aos retroactivos que há dois meses não são canalizados, está a gerar um mau ambiente no seio do Ministério da Defesa Nacional.

Texto: Benety Matongue

Em norma, o pessoal do Ministério da Defesa aufere seus ordenados no máximo até ao dia 22 de cada mês. Entretanto, desde que entrou em vigor a Tabela Salarial Única (TSU), o pagamento dos ordenados passou a ser caracterizado por atrasos cíclicos, o que complica a vida dos funcionários, incluindo os militares.

Informações em poder do Dossiers & Factos indicam que, depois da falha no desembolso dos retroactivos, no mês de Março, o pagamento do salário, que devia ter sido canalizado há sensivelmente 15 dias, continua pendente.

Segundo fontes internas, que por motivos de segurança não quiseram ser identificadas, o ambiente no Ministério da Defesa Nacional é de murmúrios e desespero, pois não se sabe ao certo quando é que os salários serão pagos.

As mesmas fontes referem que os militares que se encontram em missão nos distritos assolados pelo terrorismo em Cabo Delgado estão em situação ainda mais complicada, uma vez que estão longe das suas famílias, que também passam por maus bocados.

 

Chume exige satisfações

Ainda de acordo com as nossas fontes, o atraso salarial terá levado o Ministro da Defesa a solicitar esclarecimento junto ao Ministério das Finanças, manifestando desagrado face à situação.

No entanto, no seio dos funcionários e das tropas o que mais preocupa e mina o ambiente é o silêncio ensurdecedor com que o problema é gerido. Os que têm empréstimos bancários, muitos deles contraídos em virtude de alguma “euforia” provocada pela TSU, estão com as contas comprometidas.

Ao que o Dossiers & Factos apurou, está em curso uma corrida titânica com vista a garantir que os ordenados de Abril sejam pagos dentro desta semana, mas, neste momento, nada é considerado “dado adquirido”.

Refira-se que, na sessão de 02 de Maio o Conselho de Ministros anunciou a prorrogação do prazo do trabalho da Comissão de Enquadramento dos salários baseados na TSU por mais seis meses. Assim sendo, o órgão deverá apresentar os resultados finais em Dezembro, e não Junho próximo, como estava anteriormente previsto.

 Polícias sem subsídio de funeral

A Polícia da República de Moçambique, que também faz parte das Forças de Defesa, está igualmente mergulhada numa crise. Em Abril último, o Comandante da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) emitiu uma ordem de serviço que dá conta da falta de dinheiro para o pagamento de ajudas de custos e do subsídio do funeral.

“Neste contexto, para a rubrica subsídio de funeral conclui-se que a prioridade será o reembolsos às famílias dos funcionários perecidos nos Teatros Operacionais e a Funerária, que tem fornecido as urnas, ficando para melhor oportunidade os demais beneficiários”, determina o comandante da UIR, Francisco Quiassa Mandiquida.

 

 

 

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