Quase quatro meses depois, será preenchido o lugar de secretário-geral da segunda maior força política nacional, deixado vago em Setembro, quando Ossufo Momade decidiu exonerar André Magibire. Em princípio, sabe Dossiers & Factos, o novo número dois do partido será sufragado na segunda sessão ordinária do Conselho Nacional, que, segundo fontes internas, terá lugar no dia 12 de Dezembro.
A não substituição imediata de André Magibire gerou “preocupações profundas” no seio da “perdiz”. Já na altura em que Ossufo Momade decidiu exonerar Magibire, vozes internas criticaram o timing da decisão e chegaram a propor que a cessação efectiva de funções ocorresse apenas depois da ractificação do seu sucessor pelo Conselho Nacional. Para os membros da perdiz, tratou-se mesmo de uma “decisão precipitada” de Ossufo Momade, que consideram ter sido mal assessorado nesta matéria.
O entendimento dos elementos da Renamo com quem Dossiers & Factos interagiu foi sempre de que deixar vaga a segunda posição mais importante do partido poderia ter consequências nefastas já no próximo ano, em que se perspectiva a realização das sextas eleições autárquicas em 65 territórios.
A preocupação dos membros da perdiz é legitimada pelos estatutos, que, no seu artigo 33º, definem o Secretário-Geral como a entidade que coordena as actividades político-administrativas das estruturas do Partido a nível nacional. Ainda de acordo com os estatutos, constituem competências do Secretário-Geral, entre outras: Submeter à Comissão Política Nacional o plano anual de actividades de implantação e organização do Partido, e acompanhar a sua execução.
Refira-se que, estatutariamente, o SG sa Renamo é escolhido pelo presidente e confirmado pelo Conselho Nacional, o maior órgão do partido no intervalo entre os Congressos.
